HAVERÁ MURO MAIOR DO QUE
O DA PRÓPRIA IGNORÂNCIA?
Há
muros que nos guardam para nos proteger, assim como também há muros que nos
separam, nos dissolvem... Dissolve nossa percepção, dissolve a clareza do
pensar, do pensar no próximo. Muros feitos de concreto, como muitos corações
por aí. Coincidência? Talvez, mas não se sabe ao certo se essa mesma realidade
atual foi diferente algum dia. Os muros agora parecem nos guardar até de nós
mesmos, esse é o medo de conhecer ao outro? Emparedamos-nos externa e internamente,
o que é pior. Se com um muro imenso na porta de casa já nos separa do mundo,
pior é quando fazemos isso por dentro e nos impedimos de assistir às pessoas.
Ficamos bem enquanto estamos bem, se estivéssemos no lugar do outro, poderia
ser diferente. É isso que faz com que a desigualdade se intensifique no mundo
abstrato e concreto (como o muro)... Muros
feitos de pura ignorância, puro descaso e intolerância... Mas afinal, quem
deveria tolerar? Pois os menos favorecidos estão lá fora, correndo contra o
tempo e no tempo, em busca de algo melhor para se viver, eles é quem toleram a
grande parte da sociedade que os vê como parte podre do país, e nem sequer
fazem questão de esconder que não se importam. O
que falta nas pessoas é um pouco de visão periférica (solidarizada) a qual se
atém aos princípios da dignidade humana como todos merecem e devem ser
tratados. Hipocrisia seria dizer isso e não fazer parte da causa, mas
precisamos nos comprometer a tirar as vendas dos nossos olhos, enxergar além
das aparências, não sabemos se amanhã seremos nós que iremos precisar da
compaixão de alguém... E se esse alguém for como você que colocou um muro se
auto-separando do restante das pessoas que precisam? O
visível e o invisível a essa altura se misturam e já não sabemos o que é muro
de concreto e muro concretizado no coração... Eis que a única que pode nos
ensinar e nos transformar em uma grande mudança, é a vida, e se não por amor,
pode ser por dor [...].
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