segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Proposta de Ano Novo

Se por um lado os dias têm passado deveras depressa, por outro eles estão empacados em algum lugar que desconheço. Eles passam diante de meus olhos e quando dou por mim, era uma vez. Era uma vez aquele momento, o momento pelo qual esperei mas não pude ou até mesmo não soube aproveitar. Foi aí que o dia passou rápido como uma estrela cadente, e não tive tempo de fazer meu pedido, embora eu nem soubesse qual era ele naquele instante. Pode ser que sabia mas tinha medo de aceitar, tinha a idéia como absurda. Bobo. Desde então o tempo tem passado lentamente. Lento como eu mesmo em uma corrida, eu paro. O tempo pára. Só fico com a pergunta perdurando no vácuo dos dias, a pergunta que não sabe perguntar, provavelmente com medo de ouvir a resposta, sabendo-se dela. Mais esperta que eu é minha razão. Ela me impede de fazer muitas babaquices, mas não são o mínimo das que ando cometendo ultimamente. Ah se meu tolo coração tivesse ciência do estado em que tem me deixado, ou ele pararia de bater ou imploraria para que o mudassem de corpo, pois do meu ele se cansou. Como não cansar tendo como portador, um reclamão ? Mas não é assim que eu queria meu texto de final de ano, isso parece tão clichê :" FINAL DE ANO ", é tão game over, não gosto disso. Apesar de almejar para o próximo ano muitas coisas, que creio eu, não acontecerão jamais nesse resto de mês que passa arrastado, parece. Não farei listas de coisas que preciso fazer, não farei listas de coisas que quero que você faça ou deixe de fazer por mim, assim como vinha pensando todas às noites desde a última vez em que nos vimos. Nada pode ser tão programado assim, a vida não é plano-sequência como queríamos. Tudo é inusitado, sempre. Nada nunca acontece dentro dos conformes, não comigo. Pra mim ela é uma caixa de surpresa que tem mesmo me surpreendido bastante, o que é meio termo. Pensei que fosse refletir ou fazer um apanhado geral das crises existenciais, das correrias, das brigas, dos amores, das desilusões, das decepções, do primeiro vestibular, do amor platônico tão complicado que chega a doer no peito, dos momentos de estresse por conta do emprego perdido, não por não querer trabalhar mas por causa da ignorância da maioria. O ano em que eu queria morrer quando tinha apenas 15. Só pra constar, agora só depois dos 27. Nos últimos 4 anos posso dizer que esse foi e está sendo o melhor, mesmo com toda idiotice na qual tenho me submetido de uns tempos pra cá, estou me sentindo feliz. Feliz por falar sempre tudo que tenho vontade, quando tenho vontade. Feliz por não ter medo de me ferrar e quebrar a cara como tem acontecido, o que é uma cara quebrada ? Nada que uma plástica na alma não resolva, não é mesmo ? Feliz por saber que aquele amor ainda existe, que nem todas as dificuldades e palhaçadas alheia conseguem diminuí-lo. E nem mesmo a minha agressividade, insensibilidade, frieza e piores, causam o fim de algo que é verdadeiro. Acredito que é, se não fosse agora mesmo não escreveria sobre isso com alegria. Não sei o que pensar, eu a amo tanto, eu gosto tanto dela, admiro uma terceira embora nesses três aspectos na minha vida só tenha lugar para uma delas, o problema é que ela não quer. Entender é complicado, parecia bem verdade mas só parecia... fiquei cego e não vi a verdade verdadeira, ou não. O fato é que eu não quis aceitar a verdade quando ela falou, do mesmo modo como ela não quis aceitar a minha e assim ficamos cada um com seus pedaços de verdade que só seriam completos se as colocassemos juntas. Me entristece escrever sobre isso. Porque às vezes sempre, penso em você e sinto meu ar sucumbindo. Tudo isso ao mesmo tempo em que me sinto abobadamente apaixonado, pelo seu olhar, pelo seu perfume, pelo seu jeito meigo de quem nunca antes tinha encontrado alguém que estivesse sempre pronto para te ouvir... e eu estou. Contudo é preciso reciprocidade nos sentimentos, e o que eu espero desse próximo ano, é que você fale pra mim toda a verdade, não a que eu quero ouvir, mas aquela que tu não quer dizer porque não consegue aceitar para si mesma. Esse seria meu melhor presente de Natal atrasado. A vida ensina o tempo tráz o tom..